Ele cansou do seu papel no universo lúdico dela...
sexta-feira, 12 de abril de 2013
PLUG AND PLAY (Marcelo Mira)
Ele cansou do seu papel no universo lúdico dela...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
8 ANOS DE PÉ. 8 ANOS DE SAMPA.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
DO ATACAMA A ITAQUERA
Estadão.com.br "O último socorrista da equipe de resgate na mina chilena San José, Manuel González, acaba de chegar à superfície, após ser içado pela cápsula Fênix 2.
“Tomara que nos sirva de experiência”, declarou González ao sair da cápsula, perguntado pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, sobre o que ele tinha a comentar".
-Tomara mesmo que sirva de experiência.
Subiram 33 mineiros. Tudo certo. O antipenúltimo socorrista. O penúltimo socorrista. Tudo certo. Aí ficou um. Um que não tinha ficado preso. Um que desceu pra ajudar. Pra cumprir uma obrigação, pra sei lá...
A cápsula subiu com o último... E ele ficou lá. Sozinho. Andou pra lá e pra cá. Pensou na vida, na mulher, nos filhos, nos planos. 700 metros abaixo da terra. Se a capsula emperrar, quantos meses mais? Se a terra tremer, quantos dias mais? Ele e ele mesmo. Sem massagem.
Mas tudo ali era só dele. Big Brother Mine. Eu, Eu, e meus pensamentos. Eu, eu e o mundo.
To lutando a guerra de quem? Essa mina é mina do que?
Vamos descobrir o ouro dos tolos, o santo sudário, bauxita, amianto, prata ou chita?
Quantos morrem soterrados? Quero subir. Quero emergir.
E se deslizar a terra?
E se deflagram a guerra?
To eu aqui, de Platão, a caverna.
A intensidade interna.
A dúvida eterna
A ressureição na terra,
Do Atacama a Itaquera.
"Enquanto Deus Deixar a gente Pensa,
Enquanto não pagar a gente fala"
MARCELO MIRA
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
ALÔ, ENTÃO.
Faz tempo que não apareço por aqui. Muita coisa boa vem acontecendo nos últimos tempos. Depois de vários anos (12 anos desde o lançamento do primeiro disco do Alma Djem, minha ex banda) batalhando pra entrar uma música numa novela , entregando Cds pra várias pessoas-que-conhecem-pessoas-que-vão-dar-uma-força, a gravadora tentando, a editora tentando (ufa!!!) escolheram Roda Gigante 2 para a novela escrito nas estrelas, e um tempo depois Passos pela Rua entrou nessa nova temporada de Malhação.
Quando vc faz um trabalho vc quer que ele chegue no máximo de pessoas possível. E além das rádios, as novelas tem um alcance enorme. Principalmente Malhação, onde a música se espalha pelos adolescentes. Nada melhor pra quem quer passar uma mensagem positiva que conseguir passar isso pras futuras gerações.
Tudo bem que estrada mesmo que é bom ainda não tá rolando nessa nova fase em carreira solo, pós Alma Djem. Mas estamos trabalhando para mudar isso muito em breve. Paciência é uma virtude e acho que é a minha provação rsrs.
Acabei de ler a Autobiografia do Agassi, como já disse antes num post. É impressionante como o cara abriu o jogo. Não só o dele, diga-se de passagem. Abriu Brooke Shields, abriu Sampras, abriu a família.
Acho nobre num mundo onde tá todo mundo se escondendo, todo mundo com medo de emitir suas opiniões, todo mundo querendo ser politicamente correto pra não ser apontado nem julgado.
Além do que é uma história linda que mostra que sucesso pra quem tá dentro é bem diferente de sucesso pra quem tá de fora.
Acabei de passar uns dias no Rio de Janeiro. Preciso estar mais por lá. Me inspiro pra compor, vejo novos amigos e parceiros de música, respiro um ar diferente.
O problema é que Sampa vicia. A correria, os serviços, a velocidade de ação e pensamento. O ideal seria ficar na ponte aérea. Quem sabe logo eu consiga ter uma base aqui em Sampa outra no Rio, sem esquecer é claro Brasília , onde tenho várias pessoas muito queridas. Mas Brasília tem a casa da minha mãe que é uma delícia, um quarto meu, comidinha na mesa, geladeira cheia e eu não abro mão.
No mais, tava aqui dando uma geral no HD do meu PC que tá cheio de lixo cibernético e resolvi dar uma passada pra dar um alô.
Alô, então.
MARCELO MIRA
quinta-feira, 15 de julho de 2010
NO MEIO DE UM VOO QUALQUER
È apenas mais um voo. Mais um de muitos que ainda quero pegar na minha vida artística. E cada voo è uma expectativa diferente. Nunca sei a localização das poltronas. Hoje por exemplo, 19 A. È no meio, è atrás? Não sei. Mas o que mais me preocupa è que seja na janela. E é. Melhor que isso só se nao tiver alguem no meio. Nao tem. Melhor ainda se tiver uma menina bonita no corredor. E tem.
Em dias normais, solteiro que estou, esperaria a primeira oportunidade de puxar assunto. Mas hoje è um dia diferente. Tenho pensado muito na minha vida pra desperdiçar essa concentração com uma conversa banal ou uma cantada barata. Saco meu livro, pelo qual estou apaixonado. A autobiografia de Andre Agassi, o mais rebelde , incompreendido, genial e polemico tenista de todos os tempos. Muito bom ler sua trajetoria e ver o quanto a minha tem pontos comuns. A mesma sede de vencer que muitas vezes acaba atrasando e atrapalhando tudo, mas que no final das contas é o que faz voce executar os melhores match points.
Coloco meu i pod no ouvido, a garota bonita coloca o dela. Mas ela espreita meu livro. Nos olhamos de canto de olho. O voo fica quase uma hora parado em solo. Às vezes solto um palavrao baixo, às vezes um bocejo, às vezes uma gargalhada com as palhaçadas de Agassi. Ela espreita mais ainda o livro. Deve estar pensando: que diabos de livro é esse que esse cara não para de ler. E eu nao deixo ela ver de jeito nenhum. Aguço a curiosidade.
Ela rapidamente larga a revista da Cia aérea e saca seu livro tambem. Agora sou eu que espreito o livro dela. Gráficos, Fórmulas, que interessante. Deve estar estudando algo muito importante. Mas logo vejo que é algo muito chato, porque rapidamente o livro volta pra bolsa. O Voo continua demorando a subir, mas agora não se pode mais usar aparelhos eletronicos. Ou è leitura ou é divagação. Eu continuo na leitura e ela na divagação. Ela começa a me olhar mais fixamente como quem diz: " Vc nao vai conversar comigo? Como assim?" E eu respondo mentalmente : Nao minha linda, hoje eu nao vou puxar assunto com vc. Hoje meu assunto è comigo.
O Aviao sobe finalmente. Chove em Sao paulo. Tenho a mania de acompanhar a decolagem concentrado em qualquer coisa que possa dar errado. Decolagem é o momento mais tenso. Como se eu pudesse fazer algo em caso de problema… Saímos do chão. Ok. Pego meu livro novamente , mas logo vem uma forte turbulencia. Não tiro os olhos do livro mas minha fisionomia é de apreensão. Ela continua me observando, agora em vantagem, porque não demonstra nenhuma apreensão. Tie Break.
Passa a Turbulencia, deito o banco, tiro o tenis e peco licenca a ela pra pegar minha mochila no bagageiro. Tiro meu laptop e penso: vou escrever sobre isso pro meu blog. E cá estou. No meio de um voo qualquer escrevendo pro meu Blog mais um texto qualquer.
MARCELO MIRA
domingo, 11 de julho de 2010
O BOTÃO
Dentro da gente
Existe um pequeno botão
Que basta a vontade de girá-lo
Pra que se mude tudo:
O mal humor,
A tristeza,
A inveja e a doença.
Gire o seu.
Ele vai insistir em voltar.
Gire novamente, e
ele vai continuar tentando voltar à posição inicial
agora gire e segure um pouco,
um pouco mais, um pouco mais,
Até que ele já não crie resistência e você o domine completamente.
É aí que começa a vida.
MARCELO MIRA
quarta-feira, 9 de junho de 2010
MÃES E FILHAS
Observador que sou por natureza e hoje também por profissão, confesso que adoro prestar atenção na vida dos outros.
E uma cena cotidiana sempre me intriga a imaginação. É quando uma mãe, jovem senhora, bonita, anda com sua filha adolescente, quase mulher, bonita, pelas ruas da cidade.
Fico imaginando o que se passa na cabeça das duas. Mulheres são competitivas por natureza, fato. Porém nada é maior que o amor de mãe/filha(o). E aí? Como elas lidam com tudo isso?
Os olhares dos espectadores se dividem. Mas a beleza da juventude é arrebatadora e vence, é claro. Impossível discordar. O brilho da pele, do cabelo, dos olhos, o jeito de andar com uma despretensão pretenciosa, que testa limites, que testa o poder de sedução. As meninas sabem como trafegar e serem notadas. As mães vão colhendo esses olhares pras suas filhas com um pouco de ciúme, com instinto de proteção aguçado e com uma certa alegria de saber que o futuro da cria será próspero em se tratando de opções para o amor. Vai-se assinando, dia a dia um atestado de envelhecimento. Aquela coisa de dar a vez. A não ser, claro, que essa mãe seja a Luíza Brunet.
Que engraçada é a natureza humana.
Enquanto não pagar a gente pensa,
Enquanto Deus deixar a gente fala.
MARCELO MIRA