quarta-feira, 20 de outubro de 2010

8 ANOS DE PÉ. 8 ANOS DE SAMPA.

Dia 20 de outubro sempre foi um dia especial pra mim. Afinal é aniversário de Dona Vera Lucia, minha mãe. Mas há 8 anos esse dia virou um marco na minha vida. No dia 20 de outubro de 2002 eu me mudava de Brasilia para São Paulo.
Vim com meus companheiros de banda, o Alma Djem. Viemos de ônibus, mudança na mala. Quase não conversamos uns com os outros durante as 12 horas de trajeto. Era o olhar perdido na janela, fone no ouvido, como se estivéssemos chegando numa batalha. E realmente estávamos.
Chegamos num domingo. Nosso empresário alugou dois quartos na famosa "Casa Amarela". Uma casa na Zona Sul de Sã0 Paulo que abrigou bandas e pessoas ligadas à música que se viviam numa espécie de República liberal. Um dos quartos era o estúdio de ensaio. Geladeira comunitária nem sempre cheia, mas sempre tinha uma cerva, um pedaço de carne pra botar na churrasqueira improvisada de tijolo e um digestivo pra depois do almoço. Lá só se falava e se vivia música. Foi nessa casa que compus uma das músicas que mais gosto PASSOS PELA RUA. Foi um aprendizado saber que a partir dali eu fazia meus horários, minhas metas, alimentava meus sonhos e respondia pelos meus fracassos. Bem diferente de Brasilia, onde eu tocava a banda mas tambem era funcionário público.
Rodei São Paulo de ônibus, metrô, caronas e mais caronas, dia e noite, querendo desvendar a cidade. Tentando entender seus mecanismos, suas leis, suas quebradas, suas tribos. O tempo foi passando e São Paulo vicia. Amigos vinham e voltavam pras suas cidades. Não se adaptavam. E eu fui passando, fazendo shows com a banda, tocando na noite com meu violão, compondo, chorando, conquistando amigos e lugares. Abrindo mais portas que fechando. E nisso já se vão 8 anos.
São Paulo, o Caos em ordem, onde a ordem de chegada nem sempre é justa, mas é verdadeira. Terra dos que buscam mais, dos que erram mais, dos que vem para o tudo ou nada,o verdadeiro Vale Tudo de cada dia. Que American Dream que nada. Quero ver é viver o " Sonho Paulistano".
Um salve pros amigos paulistanos que me receberam com tanto carinho e sempre me ajudaram a prosseguir.
Obrigado São Paulo por me mostrar o que é a vida real. Por sua causa já não temo mais nada nem lugar nenhum.

MARCELO MIRA


"Enquanto Deus deixar a gente pensa,
Enquanto não pagar a gente fala"

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DO ATACAMA A ITAQUERA

Estadão.com.br "O último socorrista da equipe de resgate na mina chilena San José, Manuel González, acaba de chegar à superfície, após ser içado pela cápsula Fênix 2.

“Tomara que nos sirva de experiência”, declarou González ao sair da cápsula, perguntado pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, sobre o que ele tinha a comentar".

-Tomara mesmo que sirva de experiência.

Subiram 33 mineiros. Tudo certo. O antipenúltimo socorrista. O penúltimo socorrista. Tudo certo. Aí ficou um. Um que não tinha ficado preso. Um que desceu pra ajudar. Pra cumprir uma obrigação, pra sei lá...

A cápsula subiu com o último... E ele ficou lá. Sozinho. Andou pra lá e pra cá. Pensou na vida, na mulher, nos filhos, nos planos. 700 metros abaixo da terra. Se a capsula emperrar, quantos meses mais? Se a terra tremer, quantos dias mais? Ele e ele mesmo. Sem massagem.

Mas tudo ali era só dele. Big Brother Mine. Eu, Eu, e meus pensamentos. Eu, eu e o mundo.

To lutando a guerra de quem? Essa mina é mina do que?

Vamos descobrir o ouro dos tolos, o santo sudário, bauxita, amianto, prata ou chita?

Quantos morrem soterrados? Quero subir. Quero emergir.

E se deslizar a terra?

E se deflagram a guerra?

To eu aqui, de Platão, a caverna.

A intensidade interna.

A dúvida eterna

A ressureição na terra,

Do Atacama a Itaquera.


"Enquanto Deus Deixar a gente Pensa,

Enquanto não pagar a gente fala"

MARCELO MIRA



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

ALÔ, ENTÃO.

Salve Galera,
Faz tempo que não apareço por aqui. Muita coisa boa vem acontecendo nos últimos tempos. Depois de vários anos (12 anos desde o lançamento do primeiro disco do Alma Djem, minha ex banda) batalhando pra entrar uma música numa novela , entregando Cds pra várias pessoas-que-conhecem-pessoas-que-vão-dar-uma-força, a gravadora tentando, a editora tentando (ufa!!!) escolheram Roda Gigante 2 para a novela escrito nas estrelas, e um tempo depois Passos pela Rua entrou nessa nova temporada de Malhação.
Quando vc faz um trabalho vc quer que ele chegue no máximo de pessoas possível. E além das rádios, as novelas tem um alcance enorme. Principalmente Malhação, onde a música se espalha pelos adolescentes. Nada melhor pra quem quer passar uma mensagem positiva que conseguir passar isso pras futuras gerações.
Tudo bem que estrada mesmo que é bom ainda não tá rolando nessa nova fase em carreira solo, pós Alma Djem. Mas estamos trabalhando para mudar isso muito em breve. Paciência é uma virtude e acho que é a minha provação rsrs.
Acabei de ler a Autobiografia do Agassi, como já disse antes num post. É impressionante como o cara abriu o jogo. Não só o dele, diga-se de passagem. Abriu Brooke Shields, abriu Sampras, abriu a família.
Acho nobre num mundo onde tá todo mundo se escondendo, todo mundo com medo de emitir suas opiniões, todo mundo querendo ser politicamente correto pra não ser apontado nem julgado.
Além do que é uma história linda que mostra que sucesso pra quem tá dentro é bem diferente de sucesso pra quem tá de fora.
Acabei de passar uns dias no Rio de Janeiro. Preciso estar mais por lá. Me inspiro pra compor, vejo novos amigos e parceiros de música, respiro um ar diferente.
O problema é que Sampa vicia. A correria, os serviços, a velocidade de ação e pensamento. O ideal seria ficar na ponte aérea. Quem sabe logo eu consiga ter uma base aqui em Sampa outra no Rio, sem esquecer é claro Brasília , onde tenho várias pessoas muito queridas. Mas Brasília tem a casa da minha mãe que é uma delícia, um quarto meu, comidinha na mesa, geladeira cheia e eu não abro mão.
No mais, tava aqui dando uma geral no HD do meu PC que tá cheio de lixo cibernético e resolvi dar uma passada pra dar um alô.
Alô, então.
MARCELO MIRA

quinta-feira, 15 de julho de 2010

NO MEIO DE UM VOO QUALQUER

È apenas mais um voo. Mais um de muitos que ainda quero pegar na minha vida artística. E cada voo è uma expectativa diferente. Nunca sei a localização das poltronas. Hoje por exemplo, 19 A. È no meio, è atrás? Não sei. Mas o que mais me preocupa è que seja na janela. E é. Melhor que isso só se nao tiver alguem no meio. Nao tem. Melhor ainda se tiver uma menina bonita no corredor. E tem.

Em dias normais, solteiro que estou, esperaria a primeira oportunidade de puxar assunto. Mas hoje è um dia diferente. Tenho pensado muito na minha vida pra desperdiçar essa concentração com uma conversa banal ou uma cantada barata. Saco meu livro, pelo qual estou apaixonado. A autobiografia de Andre Agassi, o mais rebelde , incompreendido, genial e polemico tenista de todos os tempos. Muito bom ler sua trajetoria e ver o quanto a minha tem pontos comuns. A mesma sede de vencer que muitas vezes acaba atrasando e atrapalhando tudo, mas que no final das contas é o que faz voce executar os melhores match points.

Coloco meu i pod no ouvido, a garota bonita coloca o dela. Mas ela espreita meu livro. Nos olhamos de canto de olho. O voo fica quase uma hora parado em solo. Às vezes solto um palavrao baixo, às vezes um bocejo, às vezes uma gargalhada com as palhaçadas de Agassi. Ela espreita mais ainda o livro. Deve estar pensando: que diabos de livro é esse que esse cara não para de ler. E eu nao deixo ela ver de jeito nenhum. Aguço a curiosidade.

Ela rapidamente larga a revista da Cia aérea e saca seu livro tambem. Agora sou eu que espreito o livro dela. Gráficos, Fórmulas, que interessante. Deve estar estudando algo muito importante. Mas logo vejo que é algo muito chato, porque rapidamente o livro volta pra bolsa. O Voo continua demorando a subir, mas agora não se pode mais usar aparelhos eletronicos. Ou è leitura ou é divagação. Eu continuo na leitura e ela na divagação. Ela começa a me olhar mais fixamente como quem diz: " Vc nao vai conversar comigo? Como assim?" E eu respondo mentalmente : Nao minha linda, hoje eu nao vou puxar assunto com vc. Hoje meu assunto è comigo.

O Aviao sobe finalmente. Chove em Sao paulo. Tenho a mania de acompanhar a decolagem concentrado em qualquer coisa que possa dar errado. Decolagem é o momento mais tenso. Como se eu pudesse fazer algo em caso de problema… Saímos do chão. Ok. Pego meu livro novamente , mas logo vem uma forte turbulencia. Não tiro os olhos do livro mas minha fisionomia é de apreensão. Ela continua me observando, agora em vantagem, porque não demonstra nenhuma apreensão. Tie Break.

Passa a Turbulencia, deito o banco, tiro o tenis e peco licenca a ela pra pegar minha mochila no bagageiro. Tiro meu laptop e penso: vou escrever sobre isso pro meu blog. E cá estou. No meio de um voo qualquer escrevendo pro meu Blog mais um texto qualquer.

MARCELO MIRA

domingo, 11 de julho de 2010

O BOTÃO


Dentro da gente
Existe um pequeno botão
Que basta a vontade de girá-lo
Pra que se mude tudo:
O mal humor,
A tristeza,
A inveja e a doença.
Gire o seu.
Ele vai insistir em voltar.
Gire novamente, e
ele vai continuar tentando voltar à posição inicial
agora gire e segure um pouco,
um pouco mais, um pouco mais,
Até que ele já não crie resistência e você o domine completamente.
É aí que começa a vida.

MARCELO MIRA

quarta-feira, 9 de junho de 2010

MÃES E FILHAS


Observador que sou por natureza e hoje também por profissão, confesso que adoro prestar atenção na vida dos outros.

E uma cena cotidiana sempre me intriga a imaginação. É quando uma mãe, jovem senhora, bonita, anda com sua filha adolescente, quase mulher, bonita, pelas ruas da cidade.

Fico imaginando o que se passa na cabeça das duas. Mulheres são competitivas por natureza, fato. Porém nada é maior que o amor de mãe/filha(o). E aí? Como elas lidam com tudo isso?

Os olhares dos espectadores se dividem. Mas a beleza da juventude é arrebatadora e vence, é claro. Impossível discordar. O brilho da pele, do cabelo, dos olhos, o jeito de andar com uma despretensão pretenciosa, que testa limites, que testa o poder de sedução. As meninas sabem como trafegar e serem notadas. As mães vão colhendo esses olhares pras suas filhas com um pouco de ciúme, com instinto de proteção aguçado e com uma certa alegria de saber que o futuro da cria será próspero em se tratando de opções para o amor. Vai-se assinando, dia a dia um atestado de envelhecimento. Aquela coisa de dar a vez. A não ser, claro, que essa mãe seja a Luíza Brunet.

Que engraçada é a natureza humana.


Enquanto não pagar a gente pensa,

Enquanto Deus deixar a gente fala.


MARCELO MIRA

sexta-feira, 7 de maio de 2010

ALICE WITHOUT CHAINS













Bom quando se reconhecem os gênios enquanto eles ainda podem usufruir de alguma glória e prestígio.
Quantos morreram incompreendidos. Quantos morreram na miséria. Quantos naõ tiveram ferramentas e força pra completar suas obras?


Bom ver Tim Burton em ação. Suas cores, seu surrealismo Picassiano em movimento. Uma criança no corpo de um adulto. Um louco. Um gênio. Tim Burton.

Gostaria de ver Tim Burton como carnavalesco de uma escola de Samba do Rio de Janeiro. Suas fantasias, seus destaques.


Vamos ao filme.

Alice sou eu, Alice é vc. Naquele momento em que podemos mudar a realidade real pela nossa própria e intransferível realidade. Onde viramos heróis. Onde somos reis. Onde fugimos do mundo. O Surto de alguns, a salvação de outros.

Mas o que é real? Porque é real? Melhor que seja assim, diriam os reais.
Melhor pra quem? Pros reais, é claro.

Exércitos a postos, a Rainha vermelha tem um cabeção. Por isso talvez sua frase predileta: Cortem as cabeças!!!

Quem faz a guerra? O Exército. Quem manda no exército? Quem tem poder. E se o poder muda de mão? O Exército muda de lado.
Assim foi, assim será.

Alice é lindo. É pura cor. Assistam.

E o 3d veio pra ficar...

TIM BURTON É WALT DISNEY DA NOSSA ATUALIDADE.

ELE SE PERMITE O QUE QUASE NÃO NOS PERMITIMOS MAIS: BRINCAR FEITO CRIANÇAS!!

MARCELO MIRA




quarta-feira, 14 de abril de 2010

LAURA IZIBOR



SONZEIRA QUE ACABEI DE ACHAR.
LET'S SHARE!!!

MARCELO MIRA!!!

DEPOIS DOS DOIS PONTOS (MARCELO MIRA!!!)
















Depois de dois pontos
sempre vem um objeto.
Um objeto nem sempre direto.
Ás vezes uma indagação.
Às vezes uma objeção...
Às vezes nada que se presta.
Uma simples oração modesta...
Ás vezes, simplesmente um não.


Hum...
Como é legal esse negócio de pontuação...!
MARCELO MIRA!!!

sexta-feira, 12 de março de 2010

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

Sem educação não há evolução. Fato Consumado!! Sempre vi o artista como um cidadão amplificado na sociedade. Aquele que às vezes consegue atingir a massa, e principalmente o jovem, ludicamente, através da sua arte. Aquele que vai entrando sem muita resistência. Muita responsabilidade. Criei junto com meus amigos de Alma Djem um projeto social , o CHAMA JOÃO , e hoje junto ao educador de Brasília Sérgio Trindade, participo do ARENA 360graus, ambos funcionando dentro de escolas públicas e particulares do Brasl



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Vim aqui escrever porque ontem assisti a um filme que recomendo: ENTRE OS MUROS DA ESCOLA.

Filme francês (palma de ouro em Cannes) que retrata uma turma de escola pública e seus professores. Seus conflitos sociais, étnicos, conflitos típicos da adolescência, conflitos profissionais e éticos. Alunos com baixo rendimento, baixo interesse, com educação que não vem do berço, vem da rua. E não estamos falando de Brasil. Não estamos falando de "pro dia nascer feliz", documentário de João Jardim sobre as escolas brasileiras. Estamos falando de um país de primeiro mundo, berço da intelectualidade moderna.

É preciso repensar o papel dos professores na sociedade, mais valorização dessas pessoas que tem as mentes que farão o futuro do país nas mãos. É preciso também que esses professores se comprometam a reciclar as formas de chegar na mente dessa molecada que tá vindo por aí cheia de acesso à informação, mas sem saber o que e porque procurar as coisas, os caminhos.

Indico o Filme.

ENQUANTO NAO PAGAR A GENTE FALA
ENQUANTO DEUS DEIXAR A GENTE PENSA

MARCELO MIRA

terça-feira, 2 de março de 2010

NAQUELE DIA, NÃO AGUENTOU E MATOU O VIZINHO

Aquele dia seria complicado pra ele. Há 3 dias que praticamente não dormia. Naquela manhã teria uma conversa definitiva com o diretor do banco. Banco que sua família ajudara a fundar. Mas agora , ele afundando, o crédito sumiu e as dívidas se amontoavam.
Olhou pra mulher na cama que, linda e sensual, dormia em pequenas sedas e rendas. Nem desse privilégio ele conseguia mais usufruir. O desejo é amigo do sossego. Um vai embora o outro vai junto.
Fez a barba . Não por vaidade nem por necessidade social, pois já havia assumido pro mundo a aparência de "looser" que lhe cabia naquele momento. Fez a barba porque aquela talvez fosse a única novidade do dia.
Ligou a tv no noticiário . O Mundo caindo, o mar subindo, a Europa falindo e os trouxas sorrindo. Um comercial de carro japonês de última geração passou 3 vezes no mesmo intervalo comercial do Jornal da manhã. Na hora lembrou do seu, que talvez não pegasse de primeira. Dia frio e a partida eletrônica quebrada. R$1.800,00 pra consertar. Dinheiro de zona em outras épocas, hoje uma pequena fortuna. Pensou na terrível possibilidade de naquele dia encontrar o vizinho arrogante e que estava de olho na sua mulher desde de que se mudaram. Um Vizinho solteiro, dono de várias empresas , que dava festinhas em dia de semana que atravessavam a madrugada, regadas a espumante e hip hop Americano de mau gosto. Aquele que sempre tinha uma piadinha pronta sobre dinheiro. Eram conhecidos de infância. Inimigos velados. Seus pais foram sócios num grande negócio, que, pra piorar, acabou virando parte da herança do tal vizinho playboy.
O Café estava fraco e frio. A empregada fiel foi a última a abandonar o barco. A mulher acorda como nos velhos tempos, linda e despenteada. Bocejando com um meio sorriso de bom dia. Como se a vida náo estivesse desmoronando. E pra ela náo estava mesmo. Já havia mudado conceitos e abandonado o excesso de bagagem que a luxúria vazia da alta sociedade cobrava como ingresso. Vivia com simplicidade, fazia yoga no condomínio, nadava, levava o filho pequeno pra creche e ia trabalhar, tranquila e serena. O que a deixava cada dia mais atraente.
Era hora de ir pro banco com aquela alegria de um boi que vai pro matadouro, Enquanto tranca a porta ouve o vizinho saindo ao mesmo tempo. Tentou entrar de volta mas já era tarde. Ao lado do rapaz, uma oriental de uns 19 anos, linda , com o sorriso de quem gozou numa noite o que as mulheres chinesas de sua família não gozaram nas últimas 10 gerações por repressão ou por preguiça. No elevador um sonoro bom dia e a primeira pergunta já irrita. Óbvio, era sobre como iam os negócios. E antes da resposta óbvia , o vizinho se antecipa e conta sobre seus novos parceiros de importação no Oriente médio, sobre negócios no vale do silício e sua estratégia pra ganhar seu próximo milhão de Euros.
Chegam na garagem, e o carro não pega. Vira a chave de novo. Nada. Olha pro lado e o Vizinho, que trocou de carro e agora tem aquele da empresa japonesa do comercial da TV da porra do noticiário, faz a pergunta fatal, que nunca deveria ter feito::
- E sua mulher, como está? Encontrei ela outro dia na piscina do prédio. Você é um cara de sorte né? .
Era a gota d'água. Ele sai do carro e sobe a escada correndo. Entra em casa arrancando a porta. A mulher, na varanda tomando café, se assusta. Ele derruba o café das mãos da mulher, afunda uma mão na sua cintura e outra nos cabelos. Morde seus lábios como um vampiro sedento, enquanto se encaixam frenéticos e adolescentes, sem vergonha de quem estiver no prédio em frente. O Vizinho saindo da garagem vê os dois se atracando na varanda, já arrancando as roupas mirando a direção do quarto. Naquele dia ele matou o vizinho. De raiva.

MARCELO MIRA

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CALLIANDRAS ESCAFANDRISTAS E PIAZZOLA

Meninas que investem em biquini vão longe...
o país é tropical...
Uma Milonga de Astor Piazzola se espalha pelo ar e é isso: Adios Nonino.
Não chore por mim argentina, Nem itália, Nem grécia, Nem você mesma. Eu sou Brasil, Sou verde, Meu avÔ negro e a bisavó vermelha:


Não sei se é sangue que escorria
ou se vermelho de alegria.
Só sei que enquanto eu nascia
a minha mãe se contorcia
um anjo bom adormecia
um anjo torto protegia

Uma maçã era colhida
uma donzela era escolhida
uma esposa era tolhida
uma menina era tocada
nada
era um tudo quase nada
Nuvem
Nuvem
NADA!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

NA CASA ROSA DAS MENINAS ROSAS

Visitando uma amiga que mora com 3 amigas. Tão acostumado a conviver com a rapaziada, é bom ver os assuntos mudarem. As paredes são rosas. Elas são descoladas. Elas falam dos problemas de meninos e dos problemas de meninas. Elas são naturais. Uma de Belém, duas japas, uma loira. Falam que estão gordas. Falam de dieta e shakes. E eu rio e aprecio, diferenças merecem um brinde.
Uma conta que ,semana passada, pelo telefone, acabou com o cozinheiro e com o gerente de um restaurante e depois que deixou os caras em depressão profunda, soltou a seguinte pérola: DESCULPE, EU TO DE TPM.

MULHERES, POR FAVOR, QUANDO ESTIVEREM DE TPM FAÇAM COM QUE A GENTE SAIBA.
PODE SER UM SINAL, UMA FITINHA VERMELHA AMARRADA NO DEDO, UMA CAMISETA OU UM OUTDOOR, MAS POR FAVOR NOS AVISEM: DESCULPE, MAS EU TO DE TPM.




ENQUANTO NÃO PAGAR A GENTE PENSA
ENQUANTO DEUS DEIXA A GENTE FALA

MARCELO MIRA

Tessália, o Pau e o perdão. Nós, meros pecadores.

Revista comprada na Fnac Paulista. Aliás, 2. Mag!Moda, comportamento... Mais moda que comportamento? Casa de amigo. Avó dele morreu. Decidimos que podemos morar juntos... Num outro ap. Cervejas. Algumas delas. Deixam a cidade mais leve, menos engarrafada. Ou será a hora? Irmão, coisa boa de se ter. Idéias sobre o mercado musical. Mostro um novo Jingle. Ele gosta. Ele é publicitário. Ponto meu. Ontem dormi às 5:30. Fiquei jogando playstation na casa de um amigo. Hoje durmo 6:20. Estou no vício da internet maravilhosa sem a qual não sei como eu vivia... Talvez tivesse que ler todos os clássicos pra acalmar meu tempo. Hoje leio merdas no twitter sobre o BBB e a Tessália que chupou um pau. Caramba, é tão grave assim? Perdôo minhas pecadoras. Quem tá comigo fecha. Quem não tá, refresca. Tem gente que ainda não me respeita,mas não tem problema:ainda to aprendendo a respeitar muita gente.

Enquanto não pagar a gente pensa
Enquanto Deus deixa a gente fala

MARCELO MIRA

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

BRASILEIRADA PAGANDO CARO




Olhem como a gente paga caro pelas coisas no Brasil. Se quiserem podem e devem repassar.

Isso é resultado de: Carga tributária pesada, imposto de importação altíssimo, lucro excessivo e PRINCIPALMENTE, passividade do consumidor brasileiro.

(Pra quem não é do ramo, caixas de monitor são usadas em Estúdios caseiros (home studios) para que músicos ou técnicos tenham referência de áudio com qualidade na hora de gravar seus trabalhos).


Comprei em NY um par de caixas de monitor para home studio marca M-Audio modelo BX5AD na loja J&R music world com nota fiscal anexa dia 20.01.2010 por 239,00 dólares (equivalente a R$449,32)

Pesquisei o mesmo par de caixas na Playtech, uma importante redes de loja de equipamentos musicais no Brasil:
VALOR : R$ 2.160,00

Quem quiser é só conferir no site da loja:

http://www.playtech.com.br/marca.asp?catID=5&subCatID=110&marca=M-AUDIO


Tá na hora de abrirmos o olho, consumidores e trabalhadores brasileiros.
Tenho certeza que não são só os profissionais da área músical que sofrem com essas dificuldades.
E não estamos vendo o desenvolvimento da nossa indústria de tecnologia para produzirmos produtos de ponta no País e concorrermos no mesmo nível de igualdade com os produtos internacionais.
Isso dificulta o crescimento do país.

MARCELO MIRA